quarta-feira, 25 de março de 2009

Moksha

AVISO AOS CONFRADES:


Ó supinos confrades e egrégios irmãos d’armas, saudações nacionais bolcheviques a todos. Conforme o pedido de alguns amigos, reuni parte de outros artigos e de mensagens que postei em forums para esclarecer alguns pontos sobre o jivan-mukta, pontos que ficaram um tanto obscuros após as manifestações desrespeitosas de uma Tenebrosa Personagem brazuca, inimiga da Tradição. Recomendo antes a leitura deste pequeno texto.

Começarei o esclarecimento por um antigo estudo que fiz do Śrīmad Bhāgavatam há alguns anos. No começo, pode parecer um pouco prolixo explicar os modos de natureza material, para depois entrar no que de fato interessa. No entanto, é impossível compreender essa questão sem antes compreender estes fundamentos do hinduísmo.


“A influência da natureza material não pode afetar uma alma iluminada, ainda que ela participe de atividades materiais, pois ela sabe a verdade sobre o absoluto, e sua mente está fixada na Suprema Personalidade de Deus.” - Śrīmad Bhāgavatam, 3,27-3


Segundo os Vedas, a consciência material é a causa da vida condicionada. É a consciência material, a vontade de desfrutar, que força uma entidade a obter uma existência material. Outrossim, os sentimentos de felicidade e tristeza, transcendentais por natureza, são causados pelo próprio espírito. O mundo material, tido como uma grande floresta de desfrute, é o local onde o ser-vivo caiu por desejar o desfrute, e por causa disso, está sujeito aos três modos da matéria condicionada. A paixão cria, a bondade sustenta e a ignorância destrói. Toda alma está sujeita aos três modos de existência material:


“A bondade prevalece pela supressão da paixão e da ignorância; a paixão prevalece pela supressão da bondade e da ignorância, e a ignorância prevalece pela supressão da bondade e da paixão, Ó Arjuna.” - Bhagavad-Gita, 14,10


A poluição da consciência faz a alma se apegar nas ações físicas, de ações e reações comandadas pelas três formas de natureza material. O verdadeiro propósito, então, é se libertar dessa ilusão material, para voltar ao mundo espiritual, que foi deixado devido à vontade de desfrutar. O estado homem que esquece do espiritual, para desfrutar do mundo material, é comparado ao sono, pois assim como os prazeres que vemos nos sonhos são meras criações mentais, irreais, também este desfrute terreno é uma mera ilusão sem qualquer existência permanente.

Roubo, estupro, maus governantes, assassinatos, enganação, avareza, exploração: tudo isso nasce da necessidade de todos que passam para a vida material de desfrutar. Os conflitos nascem dessa necessidade, já que os interesses dos que desejam apenas desfrutar sempre é conflitante, e muitos, iludidos pelos sentidos, não conseguem escapar de suas ilusões, e tornam-se cada vez mais apegados a tais desfrutes.


“Os sentidos materiais criam as atividades materiais, tanto piedosas como pecaminosas, e os modos da natureza colocam os sentidos materiais em movimento. O ser-vivo, totalmente engajado pelos sentidos materiais e modos da natureza, experimenta os diversos resultados do trabalho fruitivo.” - Śrīmad Bhāgavatam 11,10

Tal caráter de deleite do mundo material fica muito claro na seguinte passagem:

“Quando o Rei Parīkṣit perguntou a Śukadeva Gosvāmī sobre o significado da floresta material, Śukadeva Gosvāmī respondeu assim: Meu querido rei, um homem que pertence à comunidade comercial está sempre interessado em ganhar dinheiro. Algumas vezes ele entra na floresta para adquirir algumas mercadorias gratuitas como árvore e terra para então vendê-las na cidade por um bom preço. Da mesma forma, a alma condicionada, pela avidez, entra neste mundo material em busca de algum benefício material. Gradualmente, ela entra nas profundezas da floresta, sem saber como sair. Ao entrar no mundo material, a alma pura torna-se condicionada pela atmosfera material, que é criada pela energia externa sob o controle do Senhor Viṣṇu. Assim as entidades vivas ficam sob o controle de uma energia externa, daivī māyā. Vivendo sozinha e confusa na floresta, ela não consegue obter a associação dos devotos que estão sempre engajados no serviço ao Senhor. Já na concepção corpórea, ela recebe diferentes tipos de corpos sucessivamente sob a influência da energia material e impelida pelos modos de natureza material. Assim a alma condicionada caminha algumas vezes para planos celestiais, outras para planos terrenos e algumas vezes para planos baixos e de espécies inferiores. Assim, seu sofrimento continua devido aos diferentes tipos de corpos. Estes sofrimentos e dores são misturados algumas vezes. Algumas vezes tais coisas são muito severas, outras não. Estas condições corpóreas são adquiridas devido às especulações mentais da alma condicionada. Ela usa sua mente e os cinco sentidos para adquirir conhecimento, e isso produz os diferentes corpos e condições. Usando os sentidos sob o controle da energia exterior, māyā, a entidade viva sofre as misérias da condição de existência material.Ela que de fato busca pro alívio, é geralmente desnorteada, embora algumas vezes consiga algum alívio após grandes dificuldades. Lutando pela existência neste caminho, ela não pode alcançar o abrigo dos devotos puros, que são como abelhas engajadas no serviço amoroso nos pés de lótus do Senhor Viṣṇu.” - Śrīmad Bhāgavatam, 5,14



Ao entrar na floresta, em busca de desfrute, a alma fica sujeita aos três modos da existência material. É a busca pelos benefícios da floresta que irá causar as dores e lamentações da alma.
A combinação desses três modos, que é a causa da existência material, é chamada de pradhāna. Quando manifestada no estado da existência, é chamada de prakṛti. Pradhāna é a reunião dos cinco elementos grosseiros, os cinco sutis, os quatro internos, os cinco de conhecimento e os cinco órgãos de ação exterior.


Os elementos grosseiros são: água, terra, fogo, ar e éter. São os sutis: cheiro, tato, cor, paladar e audição. Os sentidos de adquriri conhecimento e dos órgãos são: sentido de audição, sentido de paladar, sentido de tato, sentido de visão, sentido de olfato, o órgão ativo da fala, os órgãos utilizados para trabalho, e também os utilizados para viajar, procriar e evacuar.


A natureza material consiste de três modos: da bondade (sattvam), paixão (rajas) e ignorância (tama). A alma iluminada não é afetada por estes três modos, pois ao obter o conhecimento transcendental, ela deixa de ser influenciada por estes três modos da existência material, por já ter se fixado na Suprema Personalidade de Deus.

“Ó Arjuna, o modo da bondade prende alguém à felicidade do estudo e conhecimento do espírito; o modo da paixão prende à ação; e o modo da ignorância prende por negligência, pelo encobrimento do auto-conhecimento.” - Bhagavad-gītā , 14.09

O modo da bondade liberta das atividades pecaminosas, leva à felicidade, desenvolve o verdadeiro conhecimento, e aquele que morre no modo da bondade, é levado para os mais altos planos dos grandes mestres. Embora ainda seja um modo de natureza material, o modo da bondade não é pecaminoso, pois é “o mais puro do mundo material” (nirmalatvāt). O homem neste estado é menos afetado pelas misérias da existência material. O sacrifício do que está no modo da bondade é feito conforme as Escrituras, com fé e convicção firme de que ele é uma obrigação.


Neste modo, as aflições e confusões da alma condicionada são aliviadas. Embora seja um estado da alma condicionada, e portanto, do ser-vivo que buscou o desfrute, é um estado elevado por seu apego ao conhecimento, é o que faz desenvolver o verdadeiro conhecimento.

O modo da paixão, que nasce do desejo, e produz apego, desejo por ouro, e também gula, luxúria, mesquinharia, ambição. Tudo que é feito no modo da paixão resulta em miséria. Por esta razão, os brahmanas não devem tomar atitudes ou decisões no modo da paixão, pos ele é incompatível com o estado de sábio ou sacerdote, e muito menos viver neste estado. Os kshatriyas e vaishyas vivem entre o modo da bondade e paixão. Quanto maior é este modo, mais anseio a alma sente pelo desfrute, e mais sofrimento ela terá.

No modo da ignorância, o modo da escuridão, a alma é levada à loucura e ilusão. É o modo daquele que vive distraído pela preguiça, indolência. Neste estado, a alma não pode diferenciar o certo do errado, qual é seu objetivo ou se está cometendo atividades pecaminosas. Esta alma adora os demônios, oferece sacrifícios sem seguir as Escrituras, seja por egoísmo, hipocrisia e auto-satisfação.

“Assim os descendentes dos macacos misturam-se entre si, e eles são normalmente chamados de śūdras. Sem hesitação, eles vivem libertinamente, sem conhecer o objetivo da vida. Eles são condenados a ver apenas um a face do outro, que vos relembra o sentido da gratificação. Sempre engajados em atividades materiais, conhecidas como grāmya-karma, trabalham duro para benefício material. Desta forma esqueceram completamente que um dia suas expectativas de vida irá acabar e então serão degradados no ciclo evolutivo.” Śrīmad Bhāgavatam, 5,14


Na existência material, os sentidos são os maiores adversários do homem. Mesmo nas boas ações, sentidos como o da auto-gratificação podem arruinar as coisas boas. Pela necessidade de satisfazer seus instintos (visão, olfato, paladar, tato, audição, desejo e vontade), o homem ainda desvia aquilo que não era seu para satisfazer seus sentidos.

Por esta razão, apenas a alma iluminada, livre das tentações do sentido, consegue viver no mundo material sem ser atraída ou enganada pelos sentidos. Como confirmação, do que foi explicado e da citação do Śrīmad Bhāgavatam (3,27-3) no cabeço deste texto, coloco o ensinamento do Mahārāja Rahūgaṇa ao Rei Rahūgaṇa, sobre o que ele deveria fazer para escapar do ciclo de fuga e volta às perigosas posições sujeitas à alma condicionada.

“Meu querido Rei Rahūgaṇa, vós também és uma vítima da energia exterior, pois estás no caminho de atração dos prazeres materiais. Então, para que possais tornar-se um amigo justo a todas as entidades, aconselho-te a desistir da vossa posição real e da verga que usas para punir criminosos. Desistas da atenção aos objetos sensíveis para segurar a espada do conhecimento afiada pelo serviço devocional. Então, serás hábil para cortar o duro nó da energia ilusória e cruzar para o outro lado do oceano da existência espiritual.” - Śrīmad Bhāgavatam 5,13

Tudo que ocorre no modo material é consequência do desejo, aflições e necessidades. A fome a sede causam fúria, falta de paciência. Muitas vezes a noção de que o apreço às sentidos de desfrute é esquecido pela própria corrida aos gozos materiais. A ansiedade, pelo medo de perder posição de prestígio, também faz a alma não conseguir escapar e cair nas armadilhas da ilusão.

A incompatibilidade de atividades como de guerreiro e rei, com a busca da transcendência, se da pelo fato da própria atividade de punir causar danos à alma condicionada do castigador, prendendo-o ainda mais nas ilusões do modo de vida material.

Jivan-mukta


Como expliquei no texto acima, o Vedanta considera essa manifestação como um estado de desfrute material, simbolizado também pela exílio de Rama e Sita na floresta, e o clamor de Sita para voltar é a mente que implora pelo despertar. Portanto, a ciência dessa libertação não pode ser baseada unicamente na razão, pois está além dos limites da existência humana: exigir que algo colocado como além da existência limitada seja explicado exclusivamente segundo os preceitos dessa existência limitada é um absurdo.

Desta forma, a realização e transmissão dessa ciência da auto-realização é feita da seguinte forma:

Através dos Vedas, divididos em quatro compilações:

1. O Rig Veda, formado por hinos poéticos.

2. O Yajur Veda, hinos sobre como fazer os rituais.

3. O Sama Veda, hinos musicais.

4. O Atharva Veda, que trata de diversos assuntos.


Juntos, os vedas são chamados de Karma Kanda. Depois deles, temos o Jnana Kanda, que formam a parte “filosófica” ou “metafísica”. Desta forma, podemos dividir assim:

Karma Kanda => ritualístico, a porção litúrgica, e que também guia a conduta harmoniosa e estrutura do universo (karma) e a adoração das deidades e do Senhor Supremo.
Jnana Kanda => o tratado “metafísico”, erradamente tratado como a parte "mística" (aqui no Ocidente não são poucos que consideram os Upanishads as explicações "místicas" do hinduísmo).

Em seguida, há o material interpretativo, Shastra, formado por Smirit, Vartika, Prakarana e Bhasya, formado pelos mestres, rishis e sábios ao longo do tempo.

Outrossim, o modo da bondade não é o bem supremo, mas sim o caminho mais elevado para a libertação final, então o Karma Kanda é uma preparação para o Jnana Kanda: eis porque o liberado, além de ter que nascer com a qualificação necessária para atingir moksha não pode também ser colocado como um iluminado desde cedo: embora a qualificação, recebida conforme o merecimento de manifestações anteriores, precisa ser realizada, e só será realizada se percorrido um dos diversos caminhos de realização.

O Karma Kanda prescreve os deveres para se obter as bênçãos do mundo, que em até certo pontos da caminhada são necessários (saúde física e mental, por exemplo), até chegar no ponto de Jnana Kandra.


Neste ponto, shastra prescreve o varnahsrama dharma, que são as formas de realização segundo as possibilidades do homem: brahmacharya asharam (vida monástica sob a supervisão de um guru), grahasthasharama, que é a vida de casado como sacerdote, mestre ou comerciante, vanaprastha asharama que é a vida de retiro na floresta e sanyasan, que é o estudo dos segredos do Jnana Kanda.


Através de um desses caminhos, aquilo que deve ser realizado é realizado, para que a liberação seja obtida. Embora a condição ou qualificação seja "inata", somente através desses estágios esta qualificação será plenamente realizada.

No Vedanta, é a qualidade ahampratyaya da mente (antahkarana, que além de ahampratyaya é formada por budhi, manna e sita). É de ahampratyaya a faculdade de pensar “eu fiz isso, eu entendi isso". O Vedanta entende que há uma diferença entre o verdadeiro Eu e a mente. Sabemos que nossos pensamentos são passageiros, somem da mesma forma que apareceram, e portanto, são mutáveis. A mente, portanto, não é identificada como o verdadeiro eu, pois se ela é formada por faculdades passageiras e mutáveis, aquilo que nos textos sagrados é colocado como livre de mudança, destruição e etc não pode ser algo que sofre alterações e destruição.


O verdadeiro eu, portanto, é uma consciência inalterável, aquela que é conhecedor e conhecido ao mesmo tempo, e é este eu que tudo conhece, é âtma.


“Deve-se entender que Âtma é sempre como o rei, diferente do corpo, sentidos, mente e intelecto, de tudo que constitui a matéria (prakriti) e testemunha suas funções.” – Âtma Bodha, Shankaracharya

O Taittiriya Upanishad define Brahman como Satyam, jnanam, anantam – Real, Consciente, Infinito. Ao conhecer Brahman, e realizar que âtma é Brahman, o Universo todo é revelado, saha brahmana vipashchita - desfrutar Brahman é desfrutar o Universo.

“Diz o guru: Um jivanmukta que alcançou o imperecível Turiya jamais é afetado pelos pares de oposição. Sempre está em Sat-Chi—Ananda Swaroppa. Ele perambula pela felicidade.” – Brahma-Sutra


O jivan-mukta, ainda que "vivo" em um corpo, não percebe mais o universo material com a limitação e expansão de Maya: é uno com Brahman na visão do Universo como uma só manifestação de Brahman. Ao atingir moksha em vida, o jivan-mukta já não age mais segundo os instintos, mas sim num movimento cósmico, e até que se torne um nitya-mukta e o Prarabdha Karma se desfaça.



Enquanto esse karma não é encerrado, o jivan-mukta embora já possua a visão de todo o universo como Brahman, ele ainda precisa cumprir aquilo que foi adquirido pela vontade de desfrutar.

Um exemplo do próprio hinduísmo: um caçador atinge uma vaca, pensando que ela fosse um tigre. Ao se aproximar e notar que não era um tigre, mas uma vaca, o caçador já tem a visão da realidade: ele acertou uma vaca, e não o tigre. Mas isso não trará a vida da vaca de volta. Amém?

Na solidão viva com alegria,

Aquiete sua mente no Senhor Supremo.

Realize e veja o Ser Onipotente em todo canto.

Reconheça que o Universo finito é uma projeção do Ser.

Conquiste os efeitos dos atos feitos em estados anteriores pela ação correta.

Através da sabedoria livre-se das ações futuras (agami).

Experimente e extingue os frutos das ações passadas (prarabdha)

Depois, viva absorto em bhav – “Eu sou Brahman”!

Sadhana Panchakam, Shankaracharya


Passando agora para as outras Tradições, vemos motivos suficientes para concluir que há doutrina semelhante no Cristianismo, Budismo, Taoísmo e Islamismo. O estado do hesicasta, aquele que vê as Energias Divinas incriadas, é semelhante ao que descreveu Shankaracharya:

Muitas escolas, do vaishnavismo ao budismo, buscaram refutar as exposições de Adi Shankaracharya. Dentro do hinduísmo, as mais conhecidas são as Vishishtadvaita e Dvaita. Segundo os estudos que fiz até hoje, a que chega mais perto de lograr algum êxito é a refutação de Ramanujacharya, principalmente a contida no Vedanta Sutra. No Vedanta Sutra, Ramanujacharya busca refutar diversas afirmações do advaita sobre ser e consciência, a não-existência de diferentes substâncias e outros propugnáculos do advaita.

Para Ramanuja, se há uma substância além de toda diferenciação e que é também o verdadeiro conhecimento, há então uma contradição capital: através do próprio testemunho do Ser sabemos que toda consciência implica diferença, pois todos os estados de consciência possuem coisas que são diferenciáveis no julgamento das próprias coisas. A percepção também ocupa um papel fundamental no argumento de Ramanuja, pois todo conhecimento ocorre através da distinção, entre o determinado e não-determinado, o julgamento “isto é isto, aquilo é aquilo”, é tido como o conhecimento de uma coisa pertencente a uma classe, o não-determinado como o conhecimento da primeira coisa que pertence à alguma classe, e o determinado que é o conhecimento das seguintes, portanto, todo conhecimento é obtido através de alguma distinção.

Portanto, o som (sabda) também denota diferença, pois a palavra (pada), a união de um radical e um sufixo, possui dois significados diferentes , portanto o próprio sentido da palavra é afetado pela diferança, como a sentença que conforme a combinação de palavras e significados denotam a falta de algo que não possui qualquer diferenciação.

Muito embora tal refutação pareça muito lógica, o advaita possui respostas muito satisfatórias a ela. Os Upanishads demonstram um Brahman sem distinção, sem qualidades, sem sentimentos, sem forma, auto-suficiente e não-dual (advayam).

“a natureza de Paramatma que é manifestada na metne, indivisa, não-dual, testemunha de toda, distinta de toda causa e efeito, pura…” - Taitirya Upanishad II,1

“Sou distinto de todo sujeito, objeto e instrumento. Em todos os três estados - jagrat, swapna e sushupti - sou a testemunha que é a pura consciência e que é sempre auspiciosa.” - Kayvalya Upanishad, XVIII

“Vejo sem olhos, escuto sem ouvidos. Assumo várias formas, eu sei de tudo. Não há ninguém que Me conheça. Eu sou a eterna consciência pura”. - Kayvalya Upanishad, XXI

Mesmo Ramanuja sabia que tentar “derrubar” o Advaita Vedanta através do argumento da impossibilidade do jivanmukta possuir a Onipotência na natureza material não procedia: Muitos sadhus e até adoradores de Kali (que vivem no modo da ignorância) possuem sidhis mais desenvolvidos que muitos mestres legítimos que alcançaram moksha. No entanto, jamais atingirão a liberação enquanto prosseguirem em uma atividade geradora de karma.

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