segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vinte Estrofes Mahayana de Nagarjuna

Homenagem à Manjushrikumarabhuta!

[1] Prostro-me ao Buddha todo-poderoso,
Cuja mente é livre do apego,
Que, em sua compaixão e sabedoria,
Ensinou o inexprimível.

[2] Na verdade, não há nascimento —
Então, certamente não há cessação ou liberação;
O Buddha é como o céu
E todos os seres têm essa natureza.

[3] Nem o samsara nem o nirvana existem,
Mas tudo é um continuum complexo
Como a face intrínseca do vazio,
O objeto da consciência última.

[4] A natureza de todas as coisas
Aparece como um reflexo,
Puro e naturalmente brilhante,
Com a natureza não-dual, tal como é.

[5] A mente comum imagina um eu
Onde não há absolutamente coisa alguma,
E se concebe de estados emocionais —
Felicidade, sofrimento e equanimidade.

[6] Os seis estados do ser no samsara,
A felicidade do céu,
O sofrimento do inferno,
São todos criações falsas, imaginações da mente.

[7] Do mesmo modo, as idéias de que a ação ruim
Causa o sofrimento, a velhice, a doença e a morte,
E de que a virtude leva à felicidade,
São meras idéias, noções irreais.

[8] Como um artista amedrontado
Pelo demônio que ele mesmo pintou,
O sofredor do samsara
É assustado pela sua própria imaginação.

[9] Como um homem preso na areia movediça,
Se agitando e se debatendo,
Deste modo os seres afundam
Na confusão de seus próprios pensamentos.

[10] Confundir a fantasia com a realidade
Causa uma experiência de sofrimento;
A mente é envenenada pela perturbação
Da consciência da forma.

[11] Dissolvendo a imaginação e a fantasia
Com uma mente de sabedoria compassiva,
Permaneça na consciência perfeita
Para ajudar a todos os seres.

[12] Assim adquirindo a virtude convencional,
Livre da teoria do pensamento interpretativo,
A compreensão insuperável é obtida
Com o Buddha, o amigo do mundo.

[13] Conhecendo a relatividade de tudo,
A verdade última é vista sempre;
Descartando a idéia de começo, meio e fim,
O fluxo é visto como a vacuidade.

[14] Então, todo o samsara e o nirvana é visto como é —
Vazio e insubstancial,
Nu e imutável,
Eternamente brilhante e iluminado.

[15] Como as imaginações de um sonho,
Que se dissolvem ao despertar,
Assim a confusão do samsara
Desaparece na iluminação.

[16] Idealizando as coisas de nenhuma substância
Como se fossem eternas, substanciais e satisfatórias,
Envolvendo-as em uma névoa de desejo,
Surge a roda da existência.

[17] A natureza dos seres é não-nascida,
Mas geralmente os seres são considerados existentes;
Tanto os seres quanto suas idéias
São crenças falsas.

[18] Nada mais é do que um artifício da mente
Este nascimento em um vir-a-ser ilusório,
Em um mundo de ação boa ou ruim,
Seguidas pelo renascimento bom ou ruim.

[19] Quando a roda da mente pára de girar,
Todas as coisas vêm a um fim.
Assim, não há qualquer coisa inerentemente substancial
E todas as coisas são absolutamente puras.

[20] Este grande oceano do samsara,
Cheio de pensamentos deludidos,
Pode ser atravessado no barco Mahayana.
Quem pode alcançar o outro lado sem ele?

As Vinte Estrofes Mahayana (sânsc. Mahayanavimsaka, tib. Theg pa Chen po Nyi shu) foram compostos pelo mestre Nagarjuna. Eles foram traduzidos para o tibetano pelo pandita de Kashmir, Ananda, e pelo monge tradutor Dragjor Sherab (tib. Grags 'byor Shes rab)

sábado, 2 de maio de 2009

Juramento Legionário






Juramento ditado pelo Capitão Codreanu, no enterro de Ioan Motta e Marin, que tombaram os pacotes lutando ao lado dos falangistas, na Espanha.

Juramos,


Viver na pobreza, destruindo em nós mesmos qualquer desejo por riqueza material.


Levar uma vida dura, severa, deixando de lado toda luxúria e deleite.


Jamais explorar qualquer homem.


Fazer sacrifícios permanentes por nosso país.


Defender o nosso movimento Legionário com toda nossa força, contra tudo que possa levá-lo ao caminho do compromisso, o contra qualquer coisa inferior a seus valores morais.


LONGA VIDA À MORTE!


É neste espírito de sacrifício que devemos continuar a nossa luta contra as forças da decadência e do declínio.


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Na Mnogaia Leta!








sexta-feira, 1 de maio de 2009

Ernesto 'Che' Guevara: um legítimo kshatriya?

Alphonse van Worden - 1750 AD






A meu ver, definitivamente SIM.

Hoje não tenho dúvida alguma de que ‘Che’ Guevara, no que tange à 'engenharia ideológica' da GRANDE SÍNTESE, é, sem sombra de dúvida, a mais importante figura no âmbito da esquerda comunista. E isto ocorre pela seguinte razão: ao contrário de homens como Lenin, Trotsky, Bukharin, etc., ele não foi 'apenas' um 'líder revolucionário', mas logrou encarnar à perfeição o arquétipo do GUERREIRO (sim, Fidel Castro e Mao Zedong , por exemplo, e até mesmo Trotsky, de certo modo, também foram ‘guerreiros’, mas nem de longe incorporaram tal ethos como o revolucionário argentino). Ernesto Guevara foi um kshatriya na mais legítima acepção do termo, isto é, um homem para quem a guerra, como dizia D’Annunzio, “tem a sua recompensa em si mesmo, ainda que não seja coroada pela vitória”; ou, em outras palavras: um homem para quem a guerra é um veículo de realização espiritual; uma esfera que vai muito além das causas e circunstâncias que condicionam cada conflagração em particular; dimensão cósmica, pois, que se projeta na Eternidade, onde os autênticos kshatriya não podem ser derrotados pelos escravos do 'Reino da Quantidade', das sombras voláteis e fugidias do ‘Agora’, submetidos ao fluxo errático e transitório do Tempo.

Há, por fim, uma frase de Glauber Rocha em Eztetyka do Sonho (1971) que, a meu juízo, define de forma lapidar a substância fundamental, o ‘eixo de gravidade’, do legado de Guevara (muito embora ironicamente o próprio Che, se calhar, jamais fosse concordar com ela, ou até mesmo compreendê-la em seu significado mais recôndito:

“A revolução, como possessão do homem que lança sua vida rumo à idéia, é o mais alto astral do misticismo.”

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