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quarta-feira, 22 de julho de 2009

A Importância da Contracultura - Cinema

"A criação de um Novo Estado e de uma Nova Civilização será sempre efêmera a menos que seu substrato seja um novo homem" - Julius Evola

À aristocracia do Espírito:

A contracultura, movimento que muitos consideram surgido nos anos 60, é na verdade um fenômeno presente em todas as eras de decadência dos verdadeiros valores tradicionais. Quando os valores e a Tradição perdem o significado espiritual, tornando-se então apenas uma "moral" para conservar a vida em sociedade, transformando aristocratas, aqueles om impulso à transcendência, em simples membros da sociedade, temos então uma consequência natural, que se desdobrará em apenas dois caminhos: ou este aristocrata mantém sua posição, em pé entre as ruínas, ou então passa à marginalidade. É como a mesma degeneração que transforma o ascetismo guerreiro num ascetismo pietista, meloso. Assim também é a sociedade: os valores que antes eram transformadores da natureza humana são enfraquecidos em busca de normas morais e regras de conduta.

Lembros que marginalidade aqui não pode ser entendida em um sentido amplo. Não falamos do bandidinho barato que assalta para satisfazer seus instintos, da mesma forma que o medíocre homem comum trabalhar para buscar seu sustento. Falamos daqueles que buscam uma vida à margem da sociedade, que já não merece mais a Tradição e a verdadeira normalidade, e merece o choque, o grotesco, aquilo que traga desespero, revolta, repulsa.

Portanto, ó supinos confrades, esta série demonstrará os diversos "espíritos de porco" (com muito orgulho!) que buscaram assustar, apavorar, chocar e destruir a decadência da época. Se apenas através da destruição faremos o novo homem e um novo mundo, urge portanto uma ação cultural capaz de aniquilar toda esta ordem, e então, após o caos, será possível erguer uma nova ordem, uma nova civilização, livre de todo sentimentalismo, moralismo e fraqueza que marca este degenerado fim de ciclo.

Easy Rider






Começamos com um filme que é importante não só pelos seus diversos elementos de contracultura, mas também por ser o melhor exemplo daqueles aristocratas do espírito que partiram para a marginalidade. Wyatt e Billy são o grande exemplo desta figura única: a que não respeita padrão algum de comportamento, não respeita tabu algum, nem mesmo a morte, sem alcançar adaptação em lugar algum.

Cannibal Holocaust




Uma película brutal, grotesca, repugnante. Já que não somos tão doentes para nos interessar pelas fortes cenas de violência, tortura, canibalismo, porquices em geral e outros temas muito familiares, destacamos a ótima demonstração de como os "civilizados" podem ser bem mais cruéis que nativos canibais. Este é um filme que pode tornar compreensível porque os canibais assaram o Frei Sardinha e outros colonizadores.

Meet the Feebles





Obra prima de Peter Jackson, esta versão conhecida como "the Muppets on acid", vai além de um filme com temática infantil com piadas para adultos. Não há um só valor que este filme não ridiculariza, os diálogos imbecis e repletos de malícia transformam este filme numa interessantísima exibição capaz de traumatizar qualquer criança (e muito adulto) pelo resto da vida. Detalhes para feridas purulentas, escatologia, perversões, violência, uso de drogas e outras cousas capaz de deixar Bin Laden com inveja na questão "afrontar a civilização judaica-cristã".

The Last House on the Left (1972)




Violência, vingança, sadismo, escatologia. Tudo isso cometido por verdadeiros psicopatas e, mais tarde, pelos pais da garota morta pelos bandidos, numa sequência de vingança violenta que fez muita gente se levantar das salas de cinema bem antes do final.

This is America

Não encontrei nenhum trailler ou trecho no youtube. Mas se você deseja ver como a América de verdade não é a mesma que existe na cabeça de necons americanos ou de brasileiros ignorantes ou de interesses obscuros, assista este filme.

El Topo


Ótimo faroeste psicodélico, violento, delirante e repleto de simbolismo. Era um dos filmes favoritos dos que buscavam viagens de ácido nos cinemas de NY. Um soco no estômago naqueles não muito acostumados com o cinema marginal. Creio que é capaz de, em certos casos, causar mais indignação que Cannibal Holocaust.

Luther the Geek







Só entra nessa lista pelo roteiro totalmente imbecil, pelas cenas totalmente imbecis e pela péssima qualidade dos "defeitos especiais" nas cenas de violência. Para dar um gostinho: garoto vê um bando arrancar pescoços de galinhas para beber sangue e 30 anos depois, já psicopata e com delírios galináceos, busca a vingança das galinhas tomando sangue de caipiras.

The Wall






Acho que é a única "obra prima" dessa lista. Loucura, alucinação, críticas à educação e criação moderna, o principal personagem é o símbolo do aristocrata do espírito enlouquecido pelo mundo moderno. É quase um Carlo Michelstaedter superstar.


quarta-feira, 25 de março de 2009

Sobre a questão do messianismo revolucionário no âmbito da perspectiva marxista

Alphonse van Worden - 1750 AD






- Não é difícil constatar que o marxismo amiúde sói estar de olhos vendados para a eclosão de qualquer processo revolucionário que não siga as categorias 'dialéticas' delineadas em seu quadro de referência.

- Aliás, está na hora de todos reconhecermos que, filosoficamente falando, o marxismo é insustentável. Tal insustentabilidade já se configura nas próprias raízes filosóficas do marxismo, duas vertentes filosóficas estéreis: o idealismo hegeliano e o materialismo metafísico feurbachiano. O idealismo hegeliano padece de um vício de origem: a crença na realidade ontológica das Idéias, o que destrói qualquer possibilidade de elaboração de um método analítico preciso e consistente; o materialismo, por sua vez, é em última instância apenas uma manifestação particular do idealismo, já que confere um estatuto ontológico de realidade a um construto conceitual, a idéia de 'matéria'. Marx, por conseguinte, ao formular o materialismo dialético, estabelece tão somente mais uma variante filosófica do idealismo, pois não há como escapar deste traço estrutural do materialismo, a saber, o de ser um epifenômeno do idealismo. Assim sendo, categorias exclusivamente conceituais como 'modo de produção', 'evolução dialética' do processo histórico, etc. são tomadas como instâncias ontologicamente existentes. Em outras palavras: o marxismo fatalmente se insere no quadro das filosofias estéreis que acreditam na realidade de 'Universais'.

- Isto posto como hipótese preliminar de desmonte do ilusionismo filosófico presente no marxismo, é mister reconhecer que a estreiteza esquemática do marxismo ortodoxo não logra, com efeito, dar conta de todo o espectro de causas por trás da jihad revolucionária islâmica no mundo hodierno. Ao apontar o fator econômico como elemento determinante na dinâmica da História, o pensamento marxista não atenta para o facto de que o conflito cultural - partindo da definição de 'cultura' como o conjunto de manifestações simbólicas de uma dada civilização ou nação - é também um fator de destacadíssima relevância. O 'motor da História' não pode, portanto, ser reduzido a uma única 'energia-matriz', resultando, ao contrário, de uma miríade de fatores, d'entre os quais o cultural se reveste de grande importância, assim como o econômico, o político, etc.

- Portanto, o que há de fecundo, de interessante no marxismo não é sua estrutura analítica do processo histórico, que se revela inconsistente e falha, mas sim seu significado como teoria política da ação revolucionária. E digo mais: deve-se ressaltar que um aspecto fundamental do marxismo é criminosamente ignorado por seus teóricos 'oficiais', vale dizer, o marxismo não como teoria, mas sobretudo como TEOLOGIA política da ação revolucionária; é preciso, pois, salientar o caráter inequivocamente MESSIÂNICO inerente a todo processo revolucionário. A revolução não é de modo algum uma categoria 'racional'.

- Nesse sentido, cito aqui algumas passagens de Glauber Rocha, um dos mais ousados e criativos pensadores revolucionários do Século XX , presentes em seu manifesto Eztetyka do Sonho(1971):


"Na medida em que a desrazão planeja a revolução, a razão planeja a repressão".

"A revolução é a anti-razão que comunica as tensões e rebeliões do mais irracional de todos os fenômenos que é a pobreza".

"A revolução, como possessão do homem que lança sua vida rumo a uma idéia, é o mais alto astral do misticismo".

"As revoluções se fazem na imprevisibilidade da prática histórica que é a cabala do encontro das forças irracionais das massas pobres".

"A revolução é uma mágica porque é o imprevisto dentro da razão dominadora".


- Reparai, diletos confrades, que Glauber sintetiza de forma magistral a natureza messiânica e mítica da Revolução, a dimensão mística, irracional, imprevisível e emocional presente intrinsecamente em todo processo revolucionário. Dessa forma, a pretensão marxista de se formular como análise 'científica' do processo revolucionário é um completo absurdo, um retumbante non sequitur conceitual. A 'revolução' não é, portanto, como já adrede tantas vezes sublinhamos, um fenômeno que possa ser interpretado por uma analítica científica, isto é, que insira na esfera dos pressupostos epistemológicos e metodológicos da razão científica; ao contrário, a revolução afigura-se muito mais como fenômeno de cunho mítico-religioso, impermeável a análises racionalistas.

- Não há como negar que o fundamentalismo islâmico desempenha hoje um papel revolucionário muito mais relevante que as modalidades tradicionais contempladas pelo pensamento marxista. A tipologia categorial estreita do marxismo não consegue, pois, compreender que Sheykh Usammah Bin Laden possa ser, como de fato o é, ao mesmo um 'warlord' medieval e um líder revolucionário insofismavelmente contemporâneo (mormente em sua notável consciência do poder cada vez maior da mídia eletrônica), ou seja,uma figura onde o arcaico e novo estão entrelaçados de forma indissolúvel.

- A perspectiva marxista, ao deixar de reconhecer o caráter legitimamente REVOLUCIONÁRIO do fundamentalismo islâmico, irá cometer mais um grave erro em seu já significativo legado histórico de trágicos equívocos.

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