quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Canção da Realização da Vacuidade

Escute-me, homem afortunado!
Por acaso esta vida não é incerta e ilusória?
Por acaso seus prazeres e alegrias não são como miragens?
Por acaso há alguma paz neste samsara?
Por acaso a sua falsa felicidade não é irreal como um sonho?
Por acaso o elogio e a reprovação não são tão vazios quanto um eco?
Por acaso a mente e o Buddha não são idênticos?
E o Buddha, não é o mesmo que o dharmakaya?
E o dharmakaya, não é idêntico à verdade?

Os iluminados sabem que todas as coisas são da mente;
Portanto, deve-se observar a mente, dia e noite.
Se observá-la, ainda sim nada verá.
Então, fixe sua mente nesse estado, que transcende toda visão.

Não há qualquer entidade própria na mente de Milarepa.
Eu, eu mesmo, sou o Mahamudra,
Porque não há diferença alguma entre a meditação estática e a ativa;
Não tenho necessidade de estados diferentes no caminho.
De qualquer modo que se manifestem, sua essência é a vacuidade.
Não há atenção nem desatenção em minha contemplação.

Experiencie a realização da vacuidade;
Comparado com outros ensinamentos, este é o melhor.
A prática yógica dos canais, ventos e gotas,
Os ensinamentos do karma-mudra e do mantra-yoga,
As práticas de visualização do Buddha e das quatro posições puras
São apenas os primeiros passos do Mahayana.
Praticá-los não erradica o desejo nem o ódio.

Guarde isto que canto firmemente em sua mente;
Todas as coisas são da própria mente, que é vazia.
Quem nunca se separa da experiência e da realização da vacuidade
Realiza, sem esforço, toda a prática de veneração e disciplina.

É nisto que se baseia todo mérito e todo prodígio.



Milarepa

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